USO TERAPÊUTICO DA CANNABIS MEDICINAL – O QUE DIZ A CIÊNCIA?
O potencial uso terapêutico da Cannabis Medicinal evidencia as propriedades antiepilépticas, anti-inflamatórias, antioxidante e neuroprotetoras / 2021
O uso terapêutico da Cannabis Medicinal e seus componentes são bem tolerados, com bom perfil de segurança e realçam a importância dos avanços nos estudos científicos e aplicações clínicas.
Efeitos Medicinais da Cannabis – Canabidiol é bem tolerado e seguro
O CBD é um dos Canabinoides que ocorrem naturalmente nas plantas Cannabis e não existem registros de abuso ou dependência relacionados à utilização de CBD puro. Essa foi a recomendação dirigida à Organização das Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), recomendando a retirada das preparações de CBD Puro, da categoria de regime proibitivo e reconhecendo o uso terapêutico da Cannabis Medicinal.
A OMS informou ainda que “não há registo de problemas de saúde pública relacionadas ao uso terapêutico da Cannabis Medicinal” e destacou que “o CBD é, geralmente, bem tolerado e com bom perfil de segurança”, mesmo que assinalando alguma perda de apetite, casos de diarreia e fadiga como possíveis efeitos adversos.
Canabidiol é eficaz no tratamento de Epilepsia
O Canabidiol é muito estudado em diversos usos clínicos, como referido pela OMS, que destaca os avanços no campo da Epilepsia. O CBD apresentou resultados altamente eficazes no tratamento de algumas formas de epilepsia, como Síndrome de Lennox-Gastaut e Síndrome de Dravet, que são, frequentemente, resistentes à medicação.
Entre as substâncias que não são psicoativas nas preparações derivadas como extratos ou tinturas de Cannabis, o Canabidiol têm indicações terapêuticas promissoras no tratamento da Epilepsia e foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, como medicamento com CBD puro com benefícios reconhecidos para esses tipos de aplicação.
Benefícios do uso terapêutico da Cannabis Medicinal
Evidências científicas comprovam que a planta Cannabis tem potencial uso medicinal e seus efeitos, especialmente em combinação com os Canabinoides, podem contribuir para a melhora expressiva de algumas doenças.
Dentre os principais compostos da Cannabis estão os Canabinoides. O Canabidiol (CBD) e o Tetrahidrocanabinol (THC) são os mais predominantes, embora existam outros compostos importantes, como os Terpenos, Flavonoides, dentre outros.
As plantas de cannabis podem conter até 40% de CBD. Acredita-se que o CBD tenha efeitos anti-inflamatórios no sistema nervoso central. Isso pode se traduzir em vários benefícios para o corpo.
O THC é o Canabinoide conhecido por seus efeitos psicotrópicos e estimulantes ou depressores em algumas pessoas, podendo levar a outros efeitos colaterais. Essa condição evidencia a preocupação com o efeitos do THC no uso medicinal.
Os compostos da Cannabis apresentam propriedades medicinais
Além dos Canabinoides e Terpenoides é possível encontrar na Cannabis outras substâncias terapêuticas essenciais, como: Alcaloides, Flavonoides, Fenóis, açúcares, dentre outras, que complementam o uso terapêutico da Cannabis Medicinal.
A eficácia terapêutica do THC, em conjunto com o CBD, foi comprovada em diversos ensaios clínicos, multicêntrico, paralelo, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo. No tratamento para o controle nas dores resultantes do câncer, os compostos da Cannabis foram capazes de reduzir, significativamente, os sintomas.
Os Canabinoides da Cannabis podem reduzir a dor, alterando as vias de percepção da dor no cérebro. Isso pode ser útil para tratar condições que causam dor crônica, como: artrite, fibromialgia, endometriose, enxaqueca.
Em alguns casos, a Cannabis Medicinal ajuda a substituir o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) como o ibuprofeno, que pode ter efeitos colaterais negativos.
A ação do CBD na Cannabis ajuda a reduzir a inflamação e isso pode beneficiar condições inflamatórias crônicas, como: Doença de Crohn, síndrome do intestino irritável, artrite reumatoide, etc. A diminuição da inflamação no corpo também pode melhorar a saúde geral.
Devido aos seus efeitos no sistema límbico, o uso terapêutico da Cannabis Medicinal é uma opção para tratar doenças neurológicas e mentais, como: ansiedade, epilepsia, esclerose múltipla, Doença de Parkinson, Transtorno de estresse pós-traumático, Síndrome de Tourette, etc.
Os efeitos relaxantes da Cannabis podem melhorar a qualidade do sono, quando a dor é reduzida, além de ajudar a melhorar os distúrbios do sono, como a insônia. Estudos demonstraram que o Canabidiol mostra validade científica no tratamento de outras doenças e patologias, como Colite e Doenças Inflamatórias do cólon, doenças neurodegenerativas ou no cancro da mama, dentre outros.
Os Fitocanabinoides têm suas propriedades medicinais comprovadas cientificamente
Há uma série de comprovações terapêuticas, em relação aos canabinoides, com resultados muito positivos, publicados em relevantes revistas e jornais científicos, que atestam a importância dos princípios ativos encontrados na Cannabis e, principalmente, de sua investigação constante.
O Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano (NIH) apresentou uma patente afirmando que os Canabinoides têm potencial terapêutico. Intitulada “Cannabinoides como antioxidantes e neuroprotetores”, a patente descreve o CBD como um potente antioxidante (mais potente que as vitaminas C e E) e rico em propriedades neuroprotetoras, podendo proteger cérebro e o sistema nervoso de danos recorrentes de concussões ou danos cerebrais de AVC, Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson.
O CBD pode causar efeitos colaterais
O uso terapêutico da Cannabis Medicinal é muito seguro e não há casos conhecidos de pessoas com efeitos colaterais graves, mesmo quando tomadas grandes quantidades de CBD.
Entretanto, quando combinados com outros medicamentos e dependendo de quais sejam essas substâncias, o CBD pode ter alguns efeitos colaterais bastante graves. É de extremamente importante entender que em doses mais altas, o CBD pode interagir com medicamentos convencionais e ser potencialmente perigoso.
Os Canabinoides CBD e THC não têm os mesmos efeitos
Os Canabinoides CBD e THC são compostos ativos encontrados nas plantas Cannabis. A principal diferença entre o CBD e THC é evidenciada quando as substâncias entram em contato com o sistema endocanabinoide que existe no corpo humano. Eles potencializam os efeitos que conseguimos naturalmente com a química do cérebro, mas ainda assim, causam efeitos diferentes.
Riscos potenciais da Cannabis
O efeito da Cannabis no Sistema Nervoso Central é semelhante aos opióides, no entanto, apresenta muito menos riscos que os opióides sintéticos e também não é considerado tão viciante quanto outras substâncias.
Essas são duas razões pelas quais existe alguma pressão em favor da legalização da maconha, para que os pacientes possam ter opções mais seguras para o controle da dor, sem o risco de dependência comum, pelo uso de opiáceos.
Ainda assim, os riscos potenciais da Cannabis precisam ser considerados em igual medida, uma vez que podem gerar alguns efeitos colaterais, como: Efeitos alucinogênicos, Efeitos semelhantes aos depressivos, Efeitos estimulantes e outros efeitos colaterais.
A regulamentação da Cannabis Medicinal não é um incentivo ao uso de substâncias entorpecentes
A regulamentação da Cannabis para uso Medicinal não influenciou e não aumentou o consumo de drogas. Estudos realizados nos Estados norte-americanos onde a planta foi regulamentada apontaram que não houve aumento no uso de Cannabis ou outras substâncias, após a regulamentação.
Conclusão
O potencial terapêutico do CBD destaca-se entre as substâncias que não são psicoativas e apresentam resultados promissores, no tratamento de diversas doenças.
As preparações derivadas, como extratos ou tinturas de Cannabis têm indicações terapêuticas promissoras e deve passar por diagnóstico médico, para se avaliar a indicação e identificar se os benefícios anti-inflamatórios superam quaisquer riscos psicológicos.
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REFERÊNCIAS:
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GOLDENBERG, Matthew et al. The impact of cannabis and cannabinoids for medical conditions on health-related quality of life: A systematic review and meta-analysis. Drug and Alcohol Dependence, v. 174, p. 80-90, 2017.
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