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Autismo: A cannabis medicinal pode ajudar? 

Autismo: A cannabis medicinal pode ajudar? 

O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é uma síndrome causada por um certo atraso no desenvolvimento neurológico, e que acompanha a pessoa diagnosticada ao longo de toda vida, mesmo com a realização de tratamento. 

Algumas estimativas publicadas na revista da USP (ed.170) feitas com base em dados do Center of Disease Control and Prevention (CDC),  indicam que cerca de 2 milhões de brasileiros recebem o diagnóstico de autismo com graus diferenciados.

Independente do grau, os sinais de autismo podem ser identificados desde a infância, são eles: 

  • Maior interesse ou hiperfoco em algo ou determinado assunto (objetos, personagens, animais, etc);
  • Dificuldades em ficar em lugares barulhentos (isso causa irritabilidade e hiperatividade);
  • Uso de frases/linguagens e a realização de movimentos repetitivos;
  • Dificuldade de adaptação em novas rotinas;
  • Déficit de atenção, dificuldade em manter contato visual e de interagir com outras pessoas. 

Não existe cura para o autismo, devido sua causa ser genética, portanto, quem nasce com TEA, permanece com essa condição por toda vida.

É essencial a realização de tratamentos, para que pessoas diagnosticadas com TEA tenham qualidade de vida e possam realizar atividades comuns. O tratamento é guiado por médicos especializados na área de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapias ocupacionais.

Para os sintomas de irritabilidade, déficit de atenção e insônia, medicamentos convencionais são indicados para auxiliar no tratamento. 

A cannabis medicinal pode ajudar? 

De acordo com pais de pessoas com TEA, a cannabis medicinal tem proporcionado melhora nos sintomas causados pelo espectro, ou seja, os mesmos que geralmente são tratados com medicamentos comuns.

No artigo Experiência da vida real no tratamento do autismo com cannabis medicinal: análise da segurança e eficácia , feito pela revista Nature, foi publicado parte do estudo  feito com 188 pacientes autistas, que já fazem o tratamento com cannabis medicinal, com a média de 9 a 12 anos, que sofriam com epilepsia e TDAH.

Após seis meses fazendo o tratamento, que foi baseado no uso de óleo de cannabis com 30% de CBD e 1,5% de THC, 30,1% dos pacientes relataram melhora significativa dos sintomas; 53,7% relataram resposta moderada; 6,4% relataram melhora discreta; e 8,6% não relataram melhora alguma.

Os principais sintomas que foram relatados como melhorados foram: inquietação, irritabilidade e ataques de raiva, agitação, problemas do sono, ansiedade, constipação e problemas na digestão. Esse tipo de melhora foi notada em pelo menos 75% dos participantes. Não houveram relatos de alterações relacionadas aos distúrbios da fala ou déficits cognitivos.

No que se diz respeito aos efeitos colaterais, o que teve maior índice de incidência foi a inquietação, atingindo pelo menos 6,6% dos participantes.

O estudo concluiu que são necessários muitos outros estudos sobre o tema antes de afirmar qualquer conclusão sobre o potencial terapêutico do uso da cannabis medicinal em pacientes com TEA.

Referências:

Rede D’or (2022). Autismo. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/autismo

Revisa Med (2021). Canabidiol e autismo: potenciais e avanços no tratamento. Disponível em: https://revisamed.com.br/residencia-medica/canabidiol-autismo/ 

Autismo em dia (2021). Canabidiol e autismo: existe comprovação de eficácia?. Disponível em: https://www.autismoemdia.com.br/blog/canabidiol-e-autismo/ e 

Saiba mais em: https://listaverde.us/blog/